Entrevista - Possuidos

Bem, depois de muito tempo parado com essa joça de blog, o tempo nao me deixa agir correto e postar todos os dias alguma coisa aqui, mais na hora que da agente faz alguma coisa, hj rola uma entrevista com a banda de BH Possuidos. cara, que som animal que esses malucos fazem, vc gosta de HC? old school? black flag, circle jerks, minor threat vai adorar o som dos caras, eu ja tive o prazer de trazer eles aqui pra minha cidade, so uma palavra pra descrever o show dos caras MOSH PIT.
entao, si vc conheçe a banda leia essa entrevista e veja oq o Cris baixista da banda tem a nós dizer, e si vc nao conheçi, amigo vc esta perdendo tempo, pq o som dos caras é uma Pintura!

1 - De Inicio, como surgiu o Possuidos? a banda ta na correria ae a quantos anos?

Cris - A banda inicio em meados de 2002, quando nos conhecemos no cursinho. Não chegamos a fazer shows, nem registrar as músicas em alguma gravação. A proposta era encontrar, tocar e ficar por isso mesmo. Ficamos assim durante 2 anos. A ideia de montar uma banda mais séria surgiu em 2004 somando mais dois integrantes: o Marc e o Azeitona (ex-baterista do ingovernáveis).Um ano depois o Azeitona não pode continuar e chamamos o Bruno.

2 - Quais são os materias gravados pela banda?

Cris - Em 2005, nós lançamos uma demo com 7 músicas chamada When the truth comes out. Depois, em 2010, saiu o EP Brutti, sporchi e cattivi, que vinha junto com um zine feito pela banda. No zine, cada um tinha liberdade pra escrever um texto sobre qualquer coisa que quisesse, ainda que não fosse o posicionamento de toda a banda e essa foi uma experiência bem bacana. E, em 2011, nós fizemos um outro EP, o Tráganme la cabeza de Alfredo Garcia. O Tráganme também vem com uma espécie de zine feito por fotos que a gente tirou por aí. A ideia era tirar fotos que espelhassem um pouco nosso cotidiano e/ou coisas que gostamos de um modo geral, sem colocar fotos da banda em si. Todo o nosso material (inclusive encartes, zines etc) encontra-se pra download no www.possuidos.com. É só baixar!

3 - quais bandas que influenciam o som de vcs?

Cris - Em particular citaria bandas como Negative FX, Minor Threat, Germs, Blatz como as que mais tem nos influenciado por agora. Mas esse negócio de influência é complicado, já que muitas vezes a gente nem sabe o que está nos influenciando. Fato é que ninguém no Possuídos ouve só hardcore (que já é uma coisa muito ampla) e tudo isso acaba resvalando de uma forma ou de outra nas nossas músicas.

4 - como vc vê a cena Hardcore de BH?

Cris - Apesar de pequena, tem muito gente dando sangue pra fazer os shows e manter as coisas funcionando.

5 - recentemente vcs abriram o show do Suicidal em BH, como é a emoção de tocar com essa lenda do underground?

Cris - Pô, foi foda demais! A sensação foi bem essa mesmo: tocar com uma lenda do underground. Alguns de nós crescreram ouvindo Suicidal enquanto davam rolê de skate... Provavelmente muitos de nos quando começamos a ouvir hardcore, ouviamos Suicidal nas velhas fitas K7. Aí, você ser chamado pra tocar com os caras mais de 10 anos depois é uma coisa fora do normal! Fora que os caras tem uma energia sinistra, tocam pra caralho, estavam nitidamente felizes de estarem em BH.

6 - e como tem sido o momento da banda? tao rolando muitos shows?

Cris - Bom, a gente sempre divide a banda com outros compromissos. Principalmente porque agora o Kbça casou e virou papito, o Flávio e o Cris também casaram. Mas, no final das contas, isso só serve pra motivar a gente ainda mais. A cada ensaio, a gente fala "puta merda, que vontade de tocar e foder tudo", "que vontade de viajar pra tocar". Quero dizer, estão rolando menos shows do que antes, mas a energia está ainda melhor, a gente está mais na pilha e queremos tocar ainda mais!!

7 - material novo? tem novidade saindo..

Cris - Por mais que a gente tenha um EP relativamente novo (o Tráganme la cabeza), queremos gravar novamente. É sempre legal fazer músicas novas, gravar, ver como ficou, ver como a galera recebe aquilo que a gente gravou. É uma pena que muito raramente a gente receba uma resposta com relação às letras. Quero dizer, os meninos se empenham muito pra escrever coisas que eles acham relevantes e é legal ver quando rola alguma identificação com isso. Nós não fazemos muitos discursos nos shows, mas sempre tem uma preocupação muito grande pra fazer letras que reflitam questões que a gente acha pertinente. E os meninos sempre tentam colocar as coisas de uma forma que não seja cliché demais, apesar disso ser monstruosamente difícil e nem sempre dar certo! O Possuídos não tem uma temática preferencial, mas as letras costumam a lidar, de uma forma bem pessoal, com frustrações e esperança em contextos espefícos. Como, por exemplo, pegar o ônibus de manhã para o trabalho, ir ouvindo as músicas que a gente ouvia quando mais novos e ficar pensando no que a gente imaginava que seria a nossa vida agora. As letras do Flávio são praticamente auto biográficas . Tem algumas letras mais pessimistas (como essa, talvez), tem letras mais otimistas. Em geral as musicas são sobre a nossa vida e o cotidiano e tudo o que sentimos.
Voltando à questão, ainda não começamos o processo de gravação, mas talvez mais pro fim do ano, saia alguma coisa!

8 - Quais bandas de BH vc pode indicar pra moçada?

Cris - São várias, mas nesse momente citaria as finadas: Out of Step, Overstate, Crossfire, Ingovernáveis...além de muitas que estão na ativa como o Severa, Crash Playground, Colt45, Abate...e outras

9 - Quais são os Proximos Projetos do Possuidos?

Cris - "Projeto secreto macacos"! É um filme de 1987 sobre um cara que trabalha no governo fazendo experimento com macacos e depois resolve soltar eles! Falando sério agora, nosso projeto mais imediato é tocar o mais longe possível. Quem sabe, com muita sorte, role até alguma coisa boa nesse sentido... De projetos menos audaciosos, queremos sempre conhecer pessoas novas, sair do show diferentes de quando entramos!

10 - Obrigado pela entrevista. valeuzão meu brother o espaço é seu!

Cris - Yves, agradecemos pelo espaço! Achamos importantíssimo que as pessoas criem esses espaços de discussão para que o hardcore não vire somente aquela coisa do fim de semana, a diversão dos jovens enquanto não arrumam um emprego "de verdade". Para nos, hardcore tem que ir além, tem que nos influenciar no dia a dia, tem que alterar a forma com que a gente se relaciona com as pessoas no trabalho, na faculdade, na escola, nas ruas, no bar. Tem que alterar as nossas escolhas de vida, fazer com que a gente se pergunte por que está tomando determinada escolha. E fazer um zine ou blog com entrevistas é uma excelente forma de possibilitar que as pessoas que vão em shows conheçam um pouco mais das bandas que elas gostam ou não gostam! Então, valeu pela oportunidade!


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